21.12.08

“Ciência e Ocultismo”


Dentre os autores que buscaram iluminar a cultura de nossa época com a tradição oriental, Taimni é um dos intérpretes mais objetivos, claros e precisos. Nascido na Índia, doutorou-se em química pela Universidade de Londres, lecionou em turmas de pós-graduação e realizou trabalhos de pesquisa na Universidade de Allahabad; tem diversos artigos publicados em revistas especializadas. Foi também profundo conhecedor de Yoga e da filosofia hinduísta, tendo traduzido e comentado diversos textos do sânscrito. Em “Ciência e Ocultismo”, livro da Sociedade Teosófica ainda não traduzido para o português, Taimni procura lançar luz nas principais teorias da física moderna, constantemente fazendo referência a obras clássicas, tais como os “Yoga Sutras” de Patanjali. Selecionamos abaixo alguns textos do livro relacionados ao tema: A mecânica de Newton dava uma nítida e defini-tiva resposta para o comportamento de uma partícula em movimento. Baseado nesta mecânica, Laplace anunciou a sua famosa proposição: “Se você me fornecesse as atuais posições e velocidades de todas as partículas do Universo, e as forças que atuam sobre elas, eu seria capaz de lhe contar toda a História futura”. Logicamente, sabia-se que tais cálculos do futuro ou do passado se-riam para sempre irrealizáveis, devido ao incontável número de partículas no Universo. Mas a importância deste princípio repousa no fato de que ele foi o responsável por um rígido pré-determinismo de cunho materialista. Segundo este princípio, o rumo do Universo manifestado estava predestinado não por um Deus caprichoso como o das religiões ortodoxas, mas pela matéria. O materialismo científico, desta forma, elevou formalmente a matéria ao posto de Deus, com arbítrio do nosso destino e do futuro do Universo. De acordo com esses princípios, todas as ações humanas estavam completamente pré-determinadas e não haveria lugar para livre arbítrio e muito menos para arbítrio Divino nos assuntos humanos. Esse conceito também está sintetizado na máxima de Lombroso: “O cérebro produz pensamentos assim como o fígado produz bílis”. O desenvolvimento da Física Quântica revolucionou drasticamente os conceitos científicos oriundos da mecânica newtoniana, criando confusão e incerteza em lugar de idéias e afirmações dogmáticas que caracterizam o pensamento científico no final do século XIX. O leitor pode notar quão implacavelmente o desenvolvimento da ciência está dirigindo os cientistas modernos para as bem estabelecidas leis do ocultismo e quão desesperadamente eles estão tentando escapar aos verdadeiros fatos. Quando o conhecimento científico, parcial e limitado, apontava em direção a existência de um rígido determinismo baseado na matéria, eles proclamavam agressivamente e com irresponsável satisfação que a mente, o livre arbítrio e o Deus que se organizava não existiam. Agora que as mais recentes descobertas da ciência têm mostrado que a matéria, do ponto de vista científico, não existe, e que o rígido determinismo materialista está morto, essas questões se tornaram “um campo de pensamento que não interessava ao físico tratar”. Realmente, “pior cego é aquele que não quer ver”. Por quanto tempo ainda poderão eles lutar nessa já perdida batalha contra o conceito da base mental e espiritual do universo, proclamada inequívoca e enfaticamente pelo Ocultismo? De acordo com o Princípio da Incerteza - enunciado por Heisenberg - a própria Natureza colocou um limite na precisão com a qual se pode medir a posição e o “momentum” de uma partícula simultaneamente (o “momen-tum” está relacionado com a velocidade da partícula). Se tentarmos medir a posição de uma partícula com maior precisão, isso acarreta automaticamente uma diminuição na precisão da medida do seu “momentum” e vice- versa. Em outras palavras, se reduzirmos a incerteza em um deles, automaticamente aumenta a incerteza na medida do outro e o produto das duas incertezas poderá nunca ser reduzido além de um valor mínimo conhecido como constante de Plank.

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