5.12.08

Platão e o tirano

Sócrates - Quanto a esse protetor do povo (...), depois de ter abatido um grande número de rivais, sobe para o carro da cidade, e de protetor transforma-se em tirano completo.Adimanto - Era de esperar essa atitude.Sócrates - Vejamos agora a felicidade deste homem e da cidade onde se formou semelhante mortal. Nos primeiros dias, sorri e acolhe bem todos os que encontra, declara que não é um tirano, promete muito em particular e em público, adia dívidas, distribui terras pelo povo e pelos seus prediletos e finge ser bom e amável para com todos. Não costuma ser assim?Adimanto - Forçosamente.Sócrates - No entanto, depois de se desembaraçar dos seus inimigos do exterior, reconciliando-se com uns, arruinando os outros, e ao se sentir tranqüilo deste lado, começa sempre por provocar guerras, para que o povo tenha necessidade de um chefe. E também para que os cidadãos, empobrecidos pelos impostos, sejam obrigados a pensar nas suas necessidades cotidianas e conspirem menos contra ele.Adimanto - É evidente.Sócrates - E ocorre que, se alguns têm o espírito demasiado livre para lhe permitirem comandar, encontra na guerra, creio eu, um pretexto para se ver livre deles, entregando-os aos golpes do inimigo. Por todas estas razões, é inevitável que um tirano suscite sempre a guerra. Mas, ao fazê-lo, torna-se cada vez mais odioso aos cidadãos. E não acontece que, entre aqueles que contribuíram para a sua elevação, alguns falem livremente, quer diante dele, quer entre eles próprios, e critiquem o que se passa? Pelo menos os mais corajosos?Adimanto - Sim.Sócrates - É necessário, desse modo, que o tirano os elimine, se quiser continuar a ser o chefe, e que acabe por não deixar, tanto entre os seus amigos como entre os inimigos, nenhum homem de algum valor. Com olhar arguto, deve distinguir os que têm coragem, grandeza de alma, prudência, riquezas, e a sua felicidade é tanta que se vê forçado, quer queira, quer não, a declarar guerra a todos e a preparar-lhes armadilhas, até que consiga depurar o Estado.Adimanto - Linda maneira de depurá-lo!Sócrates - Sim, é o oposto da que utilizam os médicos para curar o corpo. Estes últimos fazem desaparecer o que há de mau e deixam o que há de bom: o tirano faz o contrário.Adimanto - Será obrigado a isso, se quiser conservar o poder.Sócrates - Então ele se vê ligado por uma bem-aventurada necessidade, que o obriga a viver com gente desprezível ou a renunciar à vida. Vê, não é verdade que quanto mais odioso se tornar aos cidadãos pelo seu agir mais necessidade terá de uma guarda numerosa e fiel?Adimanto - Sem dúvida alguma.Sócrates - Mas quais serão esses soldados fiéis? De onde os mandará vir?Adimanto - De livre vontade, muitos correrão até ele, se lhes pagar.Sócrates - Com quê! Parece-me que te referes a zangões estrangeiros e de todas as espécies.Adimanto - Acertaste, Sócrates.Sócrates - E da sua própria cidade? Acaso não pretenderá...Adimanto - O quê?Sócrates - Tirar os escravos aos cidadãos e, depois de os ter libertado, fazê-los entrar para o seu exército?Adimanto - Mas é claro. E serão esses os seus soldados mais fiéis.Sócrates - Com efeito, segundo o que dizes, é bem acertada a situação do tirano, se fizer de tais homens amigos e confidentes, depois de ter feito morrer os primeiros!Adimanto - E, a meu ver, não poderia fazer outros.Sócrates - Portanto, esses companheiros admiram-no, e os novos cidadãos vivem na sua companhia. Mas a gente honrada odeia-o e evita-o, não lhe parece?Adimanto - E como pode ser de outro modo?(...)Adimanto - Está claro que, se a cidade possuir tesouros sagrados, o tirano servir-se-á deles e, enquanto o produto da sua venda bastar, não imporá ao povo impostos muito altos.Sócrates - Mas quando começarem a lhe faltar esses recursos?Adimanto - Então passará a viver dos bens paternos, ele, os seus comensais, os seus companheiros e as suas amantes.Sócrates - Então, o povo que deu origem ao tirano é quem vai alimentá-lo, a ele e aos seus.Adimanto - Não haverá outra saída.Sócrates - Mas o que estás a dizer? Se o povo se rebela e decide que não é justo que um filho na flor da idade esteja a expensas do pai, e que, pelo contrário, o pai deve ser cuidado pelo filho; que não o trouxe ao mundo e o criou para ele próprio se tornar, quando o filho for grande, o escravo dos seus escravos e para o alimentar com esses escravos e o grupo que o rodeiam, mas, ao contrário, para ser desembaraçado, sob o seu governo, dos ricos e daqueles a quem se chama gente honrada na cidade; que agora lhe ordene que saia do Estado com os seus amigos, como um pai expulsa o filho de casa, com os seus indesejáveis convivas...Adimanto - Então aí o povo saberá o erro que cometeu quando procriou, acariciou, criou semelhante filho, e aqueles que pretende expulsar são mais fortes do que ele, por Zeus!Sócrates - O que estás a dizer?! Ousaria o tirano ser violento com o seu próprio pai e até feri-lo, se ele não o obedecesse?Adimanto - Sim, depois de o ter desarmado.Sócrates - Pelo que dizes, o tirano é um parricida e um triste apoio dos idosos. Então, ao que me parece, chegamos ao que se costuma chamar de tirania: o povo, de acordo com o ditado, evitando a fumaça da submissão a homens livres, caiu no fogo do despotismo dos escravos e, em troca de uma liberdade excessiva e inoportuna, vestiu a farda mais dura e mais amarga das servidões.Adimanto - Em verdade, é o que acontece.Sócrates - Ora bem! Implicará erro se dissermos que explicamos de modo adequado a transição da democracia à tirania e o que é esta, uma vez formada?Adimanto - A explicação cabe com perfeição.

“O INÍCIO DA LIBERDADE"


“O INÍCIO DA LIBERDADE é a percepção de que o leitor não é a entidade que possui – o pensador. Sabê-lo permite-lhe observar a entidade. Na altura em que o leitor começar a observar o pensador, desperta um nível superior de consciência.”* * *"Grande parte da dor do ser humano é desnecessária. É criada pela própria pessoa enquanto a mente inobservada controlar a sua vida. A dor que o leitor gera agora é sempre uma forma de não-aceitação, uma forma de resistência inconsciente ao que é. Ao nível do pensamento, a resistência é um certo tipo de juízo. Ao nível emocional, é um certo tipo de negativismo. A intensidade da dor depende do grau de resistência ao momento presente que, por sua vez, depende da força com que o leitor se identifica com a mente. Esta procura sempre negar e fugir do Agora. Por outras palavras, quanto mais o leitor se identificar com a mente, mais sofre.Pratique primeiro, conforme lhe disse, com as pequenas coisas. O alarme do carro, o ladrar do cão, os gritos das crianças, o engarrafamento. Em lugar de ter uma parede de resistência por dentro, que é atingida constante e dolorosamente por coisas que "não deviam estar a acontecer", deixe que tudo passe através de si. Alguém lhe diz algo rude ou com intenção de o magoar. Em vez de entrar numa reacção inconsciente ou em negativismos, por exemplo com ataques, defesas ou recuos, deixe que passe imediatamente através de si. Não ofereça resistência. É como se não existisse ninguém a quem magoar. Isso é perdão. Deste modo, o leitor torna-se invulnerável.Ao nível do Ser, todo o sofrimento é reconhecido como uma ilusão. O sofrimento deve-se à identificação com a forma. Os milagres de cura acontecem através desta percepção, ao despertarem a consciência do Ser nos outros... se estiverem preparados para isso. A misericórdia é a consciência de um elo profundo entre o leitor e todas as criaturas. Na próxima vez que disser "não tenho nada a ver com esta pessoa", lembre-se de que têm muito em comum: dentro de alguns anos (dois anos ou setenta anos, não faz grande diferença) tornar-se-ão os dois cadáveres em decomposição, depois pó e a seguir nada de nada".* * *Nada seria sem espaço e, no entanto, o espaço nada é. Antes do universo ter entrado em existência, antes do "big-bang" se preferires, não havia um vasto espaço vazio à espera de ser preenchido. Havia apenas o Não-Manifesto - o Um. Quando o Um se tornou nas "dez mil coisas", foi como se de repente o espaço estivesse ali e permitisse que a multiplicidade fosse. De onde veio o espaço? Terá sido criado por Deus para acomodar o Universo? É claro que não. O espaço é coisa nenhuma, portanto, nunca foi criado.Sai para a rua numa noite límpida e olha para o céu. Os milhares de estrelas que podes enxergar a olho nu não passam de uma simples fracção centesimal do que existe nele. Mil milhões de galáxias já podem ser detectadas por meio dos mais poderosos telescópios, cada galáxia é um "universo ilha" contendo milhares de milhões de estrelas. E, no entanto, o que é ainda mais assombroso é a infinidade do próprio espaço, a profundidade e a quietude que permite que toda essa magnificência seja. Nada é mais assombroso e majestoso do que a vastidão e a quietude inconcebível do espaço e, no entanto, o que é ele? Vacuidade, vasta vacuidade.O que nos aparece como espaço no nosso Universo percebido através da mente e dos sentidos é o próprio Não-Manifesto exteriorizado. É o "corpo" de Deus. E o maior milagre é este: essa quietude e vastidão que permite ao Universo ser não está apenas lá fora no espaço - está também dentro de ti.* * *Eckhart Tolle

"Viver é relacionar-se"

Sinto que somos uma humanidade confusa. Parecemos ter perdido o senso de direção, o propósito da vida e do porque vivemos, e nos embaraçamos em muitas contradições.Cada um, individualmente, quer paz; cada nação, individualmente, não só deseja, mas também precisa de paz; e, mesmo assim, nos preparamos para guerras e nos engajamos em lutas, descuidada e impensadamente.Vemos sociedades ricas em muitos países, um maravilhoso avanço da ciência e da tecnologia entretanto, ainda não aprendemos como desfrutar e utilizar a riqueza para o nosso próprio bem-estar, como usufruí-la sem prejudicar os interesses de outras pessoas. Temos instituições organizadas, denominações religiosas e seitas espiritualistas, porém, ainda não aprendemos, como raça, a comungar com a vida ao nosso redor. Queremos liberdade. Intelectualmente, aspiramos por ela, mas emocionalmente não estamos preparados para suportar a tensão de estar sozinhos que a liberdade requer. Não nos equipamos com a capacidade de uma auto-restrição voluntária que a liberdade requer.Parece-me que, depois de habitar o globo por milhões de anos, nós, como raça, ainda estamos perplexos, embaraçados, em conflito com nós mesmos e uns com os outros. Espero que percebamos a gravidade da situação. A simples verdade é: nós ainda não aprendemos a viver.Eu me pergunto quantos são invadidos por perguntas como: "O que é viver? Como viver? O que é a vida, o movimento da vida fluindo incessantemente em volta e dentro de mim?"Ficamos perplexos, confusos e, então, entramos em depressão, sentimos piedade de nós mesmos, e permitimos a liberação de energias negativas onde quer que vamos.Porém, raramente ficamos sozinhos e nos questionamos: "Por que esta confusão, estas contradições? Será que existe um fim para este jogo estúpido de luta, de exploração e de assassinato de uns pelos outros, aspirando por paz e nos preparando para a guerra? Há um fim para tudo isso? Haverá um fim para essa desordem com a qual nos deparamos no mundo e em nossas próprias vidas?"Quem vai pôr um fim em tudo isso?Estamos esperando por um salvador que vem do Oriente ou do Ocidente, ou que aconteça algum milagre?Eu me pergunto como vocês todos encaram essa questão — se é que ela passa pela mente de vocês.Essas palestras vão para os que sentem a necessidade de se questionarem, de salvarem sua própria sanidade, o equilíbrio interior em suas próprias vidas e de saírem dessa confusão e do estado de perplexidade imediatamente.Parece que não há salvadores nos campos econômico, político ou religioso. Racionalmente, olhando ao redor, não vemos nenhuma chance de que as guerras cheguem a um fim. A despeito das religiões organizadas, individualmente somos infelizes, não estamos em paz com nós mesmos. Se temos tempo disponível ou se chegamos à riqueza, não sabemos como usá-los. Será que nos perguntamos: "Por onde começo? Não há ninguém mais para me ajudar? Ninguém me ajudará sem me explorar, sem exigir de mim a aceitação de uma autoridade?"Então, conservando nossa própria liberdade e a integridade da nossa própria iniciativa, será que podemos encontrar um caminho fora desta situação, fora das circunstâncias desesperadoras da atualidade?Se um tal questionamento pode nascer no coração, então, acho que há alguma esperança para o futuro da raça humana, porque vocês e eu, as assim chamadas pessoas comuns, somos a realidade. Temos de resolver nossos problemas por nós mesmos. Temos de enfrentar os desafios usando nossos próprios recursos.Portanto, dizemos que queremos salvar nossa própria sanidade, que gostaríamos de ver se há alguma semente de violência dentro de nós, se há conflitos e contradições dentro de nós, se pode haver uma maneira de viver completamente diferente.Questionar a validade do que existe e estimular em todo o ser uma vontade de explorar uma forma de vida inteiramente nova é o conteúdo de uma investigação religiosa.Uma investigação religiosa não começa com um ideal de que há um Deus e de que devemos ir e descobri-lo; ou de que há uma alma ou atma, e dizemos que devemos encontrá-la. Uma investigação religiosa começa com os fatos da nossa própria vida, aqui e agora.Espero realmente que, através destas palestras, possamos pôr de lado todo o sentido de mistério sobre a investigação espiritual ou religiosa. Não há nada de misterioso; trata-se de uma ciência da vida.Somos uma parte do mundo, da sociedade. A violência, os conflitos que encontramos à nossa volta também têm suas raízes dentro de nós. Como lidamos com isso?É muito difícil para nós nos inteirarmos seriamente dos fatos da nossa própria vida. Sentimo-nos vítimas das estruturas sociais, econômicas e políticas. Os outros são culpados; a responsabilidade é dos outros.Não percebemos que somos partes do todo, da sociedade, e que contribuímos, pela nossa própria maneira de viver, para a violência, para a agressão e para as injustiças que existem.A ação social começa com a nossa própria vida. Uma investigação religiosa, com a conscientização da situação do mundo, é o começo da ação social direta e penetrante, porque se começa a lidar com o ser humano, um espécime da humanidade coletiva. Vimala Takar.

O HOMO NOVUS

simplesmente observar e analisar, e você descobrirá que, em algum lugar, o ego é a causa do sofrimento. E o ego segue encontrando motivos para sofrer... E assim as pessoas se tornam dependentes, umas das outras. É uma profunda escravidão. O ego tem que ser um escravo. Ele depende dos outros. E somente uma pessoa que não tenha ego é, pela primeira vez, um mestre; ele deixa de ser um escravo. Tente entender isso. E comece a procurar o ego - não nos outros, isso não é da sua conta, mas em você. Toda vez que se sentir infeliz, imediatamente feche os olhos e tente descobrir de onde a infelicidade está vindo, e você sempre descobrirá que o falso centro entrou em choque com alguém. Você esperava algo e isso não aconteceu. Você espera algo e justamente o contrário aconteceu - seu ego fica estremecido, você fica infeliz. Simplesmente olhe, sempre que estiver infeliz, tente descobrir a razão. As causas não estão fora de você. A causa básica está dentro de você - mas você sempre olha para fora, você sempre pergunta: 'Quem está me tornando infeliz?' 'Quem está causando a minha raiva?' 'Quem está causando a minha angústia?' Se você olhar para fora, você não perceberá. Simplesmente feche os olhos e sempre olhe para dentro. A origem de toda a infelicidade, da raiva e da angústia, está oculta dentro de você, é o seu ego. E se você encontrar a origem, será fácil ir além dela. Se você puder ver que é o seu próprio ego que lhe causa problemas, você vai preferir abandoná-lo - porque ninguém é capaz de carregar a origem da infelicidade, uma vez que a tenha entendido. Mas lembre-se, não há necessidade de abandonar o ego. Você não o pode abandonar. E se você tentar abandoná-lo, simplesmente estará conseguindo um outro ego mais sutil, que diz: 'tornei-me humilde'... Todo o caminho em direção ao divino, ao supremo, tem que passar através desse território do ego. O falso tem que ser entendido como falso. A origem da miséria tem que ser entendida como a origem da miséria - então ela simplesmente desaparece. Quando você sabe que ele é o veneno, ele desaparece. Quando você sabe que ele é o fogo, ele desaparece. Quando você sabe que esse é o inferno, ele desaparece. E então você nunca diz: 'eu abandonei o ego'. Você simplesmente irá rir de toda essa história, dessa piada, pois você era o criador de toda essa infelicidade... É difícil ver o próprio ego. É muito fácil ver o ego nos outros. Mas esse não é o ponto, você não os pode ajudar. Tente ver o seu próprio ego. Simplesmente o observe. Não tenha pressa em abandoná-lo, simplesmente o observe. Quanto mais você observa, mais capaz você se torna. De repente, um dia, você simplesmente percebe que ele desapareceu. E quando ele desaparece por si mesmo, somente então ele realmente desaparece. Porque não existe outra maneira. Você não pode abandoná-lo antes do tempo. Ele cai exatamente como uma folha seca. Quando você tiver amadurecido através da compreensão, da consciência, e tiver sentido com totalidade que o ego é a causa de toda a sua infelicidade, um dia você simplesmente vê a folha seca caindo... e então o verdadeiro centro surge. E esse centro verdadeiro é a alma, o eu, o deus, a verdade, ou como quiser chamá-lo. Você pode lhe dar qualquer nome, aquele que preferir." OSHO, Além das Fronteiras da Mente.
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A ALEGRIA DE VIVER

Para mim, é o esforço que nos destrói, esse lutar em que despendemos quase todos os momentos de nossa vida, Se observardes, ao redor de vós, as pessoas mais velhas, podereis ver que para quase todos a vida é uma série de batalhas consigo mesmos, com suas mulheres ou maridos, com seu próximo, com a sociedade; e essa luta incessante dissipa energia. O homem que vive alegre, verdadeiramente feliz, está livre de todo esforço. Viver sem esforço não significa tornar-se estagnado, embotado, estúpido; ao contrário, só os homens sensatos, altamente inteligentes, estão verdadeiramente livres do esforço e da luta.Mas, quando ouvimos falar em viver sem esforço, queremos viver assim, desejamos alcançar um estado em que não haja luta nem conflito; tornamo-lo, pois, esse estado, nosso alvo, nosso ideal, e por ele lutamos; e desde esse momento perdemos a alegria de viver. Estamos de novo empenhados em esforço, luta. O objeto da luta varia, mas toda luta é essencialmente a mesma. Um luta pela promoção de reformas sociais, ou para achar Deus, ou para criar melhores relações no lar ou com o próximo; outro senta-se à margem do Ganges ou se prostra devotamente aos pés de um guru - etc. etc. Tudo isso representa esforço, luta. O importante, por conseguinte, não é o objeto da luta, porém, sim, compreender a própria luta.Ora, é possível a mente não apenas perceber ocasionalmente que não está a lutar, porém estar a todas as horas completamente livre de esforço, de modo que possa descobrir um estado de alegria em que não haja nenhuma idéia de superioridade e inferioridade?O caso é que a mente se sente inferior e por esta razão luta para "vir a ser" alguma coisa, ou conciliar seus vários desejos contraditórios. Mas, não estejamos a dar explicações sobre por que a mente tanto luta. Todo homem que pensa sabe por que há luta, interior e exteriormente. Nossa inveja, avidez, ambição, nosso espírito de competição, que nos impele à mais impiedosa eficiência - são obviamente estes os fatores que nos fazem lutar, no mundo atual ou no mundo do futuro. Por tanto, não temos necessidade de estudar livros de psicologia para sabermos por que lutamos; e o que certamente, tem importância é que descubramos se a mente pode ficar totalmente livre de luta.Afinal de contas, quando lutamos, o conflito é entre o que somos e o que deveríamos ou desejamos ser. Pois bem; sem se procurarem explicações, pode-se compreender todo esse processo de luta, de modo que ele termine? Como aquele barco levado pelo vento, pode a mente existir sem luta? A questão é esta, sem dúvida, é não como alcançar um estado em que não haja luta. O próprio esforço para alcançar tal estado é, em si, um processo de luta e, por conseguinte, aquele estado nunca pode ser alcançado. Mas, se observardes, momento por momento, como a mente se deixa colher nesse torvelinho de incessante luta - se observardes simplesmente o fato, sem tentar alterá-lo, sem impor à mente um certo estado que chamais "de paz" - vereis que, espontaneamente, a mente deixará de lutar; e nesse estado ela é capaz de aprender infinitamente. Aprender já não é, então, mero processo de acumular conhecimentos, porém de descobrimento de extraordinárias riquezas existentes além do alcance da mente; e para a mente que faz tal descobrimento, há grande alegria.Observai a vós mesmo, para verdes como lutais da manhã à noite, e como vossa energia se dissipa nessa luta. Se tratardes apenas de explicar por que lutais, ficareis perdido numa floresta de explicações e a luta prosseguirá; mas se, ao contrário, observardes vossa mente, com serenidade e sem dardes explicações; se deixardes simplesmente que vossa mente esteja cônscia de sua própria luta, vereis que muito depressa surgirá um estado no qual nenhuma luta haverá, um estado de extraordinária vigilância. Nessa vigilância, não há idéia de "superior" e "inferior", não há homem importante nem homem insignificante, não há guru. Todos esses absurdos desapareceram, por que a mente está inteiramente desperta; e a mente de todo desperta está cheia de alegria......Afinal de contas, que é "contentamento" e o que é "descontentamento"? "Descontentamento" é a luta pela consecução de mais, e o "contentamento" a cessação dessa luta; mas, não se chega ao contentamento, se se não compreende todo o "processo" relativo ao mais, e por que razão a mente o exige.Se sois mal sucedido num exame, por exemplo, tereis de repeti-lo, não é verdade? Os exames, em qualquer circunstância, são uma coisa sumamente deplorável, porquanto nada representam de significativo, já que não revelaria o verdadeiro valor de vossa inteligência. Passar num exame é, em grande parte, um "golpe" de memória ou, também, de sorte; mas, vós lutais para passardes em vossos exames e, quando sois mal sucedidos, perseverais nessa luta. O mesmo "processo" se verifica diariamente, na vida da maioria de nós. Estamos lutando por alguma coisa e nunca nos detivemos para investigar se essa coisa é digna de lutarmos por ela. Nunca perguntamos a nós mesmos se ela merece nossos esforços e, portanto, ainda não descobrimos que não os merece e que devemos contrariar a opinião de nossos pais, da sociedade, de todos os mestres e gurus. É só quando temos compreendido inteiramente o significado do mais, que deixamos de pensar em termos de fracasso e de êxito.Temos sempre medo de falhar, de cometer erros, não só nos exames, mas também na vida. Cometer um erro é coisa terrível, porque seremos criticados, censurados, por causa dele. Mas, afinal, por que não se devem cometer erros? Toda gente, neste mundo, não vive cometendo erros? E o mundo sairia da horrível confusão em que se encontra, se vós e eu nunca cometêssemos um erro? Se tendes medo de cometer erros, nunca aprendereis coisa alguma. Os mais velhos estão continuamente cometendo erros, mas não querem que vós os cometais e, com isso vos sufocam toda a iniciativa. Por quê? Porque temem que, pelo observar e investigar todas as coisas, pelo experimentar e errar, acabeis descobrindo algo por vós mesmo e trateis de emancipar-vos da autoridade de vossos pais, da sociedade, da tradição. É por essa razão que vos acenam com o ideal do êxito; e o êxito, como deveis ter notado, sempre se traduz em termos de respeitabilidade. O próprio santo, em seus progressos para a chamada perfeição espiritual, tem de tornar-se respeitável, porque, do contrário, não encontrará "aceitação", não terá seguidores.Estamos, pois, sempre pensando em termos de êxito, em termos de mais; e o mais é encarecido pela sociedade respeitável. Por outras palavras, a sociedade estabeleceu, com todo o esmero, um certo padrão, pelo qual mede o vosso sucesso ou o vosso insucesso. Mas, se amais uma coisa e a fazeis com todo o vosso ser, então já não vos importa o êxito nem o fracasso. Nenhum homem inteligente se importa com isso. Mas, infelizmente, são raros os homens inteligentes, e ninguém vos aponta essas coisas. Tudo o que importa ao homem inteligente é perceber os fatos e compreender o problema - e isso não significa pensar em termos de êxito ou de fracasso. Só quando não amamos o que fazemos, pensamos nesses termos.Krishnamurti

2.12.08

TERRA O PLANETA VOLUNTÁRIO


Nós, os Pleiadinaos, lhe falaremos sobre as mudanças do seu próprio veículo energético. A cada dia você se torna mais leve, mais estelar e menos humano. A cada dia, a estrutura molecular de cada célula do seu corpo, de cada órgão, de cada gotícula do seu sangue, muda em consciência, muda para transformação e transmutação. Internamente você não é quem era na semana passada, nem quem será semana que vem.A estrutura ao redor de cada célula do seu corpo está se afinando. Conforme essas membranas se afinam, você vai se tornando capaz de receber mais luz, mais entendimento, e mais raios de recordação do DNA codificado em seu ser físico. Conforme essas membranas das células começam a afinar, você vai descobrir que seu corpo físico reage muito violentamente de vez em quando. Seu corpo não está sendo trabalhado em sua totalidade. Em certos dias, suas pernas estão experienciando uma mudança vibracional; em outros dias, seus ossos é que estão experienciando mudanças; em outros, os músculos estão experienciando uma regulagem, por assim dizer; e depois são seus órgãos, e assim por diante, incluindo seus cílios, seu cabelo e todas as células da sua pele.E, à medida que esses órgãos e partículas do seu corpo humano começam a receber mais luz e mais energia, você vai perceber que sua tolerância em relação às situações humanas diminui. Estamos falando do seu emprego, dos seus amigos, do trânsito. Seu nível de tolerância está ficando tão fino quanto as membranas das suas células. Quando se abre uma nova estrada, primeiro a terra é escavada e exposta. Até que ela esteja pronta, muitas estações do ano podem passar sobre ela. Enquanto você está em construção, muitas partes da sua psique ficam expostas à irritação e a penetrações astrais. Você pode se perceber mais empático, de modo a captar os sentimentos de pessoas que estão muito longe, como em Tóquio, por exemplo. Você vai descobrir que pode entender o que os animais dizem. Vai se pegar conversando com lagartixas, sapos e pássaros, mais do que normalmente, e achará a companhia deles melhor.O corpo é uma entidade separada de você. Ele não é quem você é. Ele é o seu parceiro nesta caminhada na Terra. Ele está vivo, tem sentimentos e é muito, muito humano. E é uma parte de você da qual às vezes você não gosta. Você discute com ele, briga com ele, grita com ele. E, como uma criança pequena, muitas vezes ele se encolhe de medo de você. E reage com dores no coração, no estômago e com várias sensações semelhantes às que uma criança brava reagiria a seus pais.Está na hora de aprender a se manter em contato com sua parte humana. É verdade que você está ascendendo, que está se tornando um veículo de luz na Terra, mas seu corpo vem com você. É um "pacote". Se você perder seu corpo, perde a chance de ascender neste planeta em particular. Então, trate bem seu corpo, seja bom para ele. Às vezes você o trata como um parente que você detesta. Ele lhe mostra o que você precisa. Aprenda a se tornar amigo da sua parte humana.Talvez você seja um dos que está zangado por estar na forma humana, e venha se sentindo assim há muitos anos. Mas este é o único meio de poder terminar seu trabalho de ascensão aqui. É um tratado antigo. É o primeiro acordo para ascender na forma humana, num planeta que é físico, e que também está ascendendo. Isto nunca jamais se concluiu antes. E você, assim como todos os outros Mestres de luz que estão sentados aqui, se ofereceu como voluntário, com "V" maiúsculo, para vir com esta missão – muito feliz e muito emocionado – mas chegou aqui e se esqueceu. Você esqueceu quem é, para onde estava indo, como uma criança que gira de olhos vendados e depois tenta colocar a cauda na figura do burro, naquela brincadeira infantil. Você colocou a cauda do burro em muitas coisas na sua vida, e isto não era a sua missão.Nós lhe pedimos que se equilibre, que pare de dar voltas na sua vida e siga adiante a toda velocidade. Está tudo bem na sua frente. É necessário que você comece a se lembrar e pare de lutar. Seu lado humano diz "Precisamos ir trabalhar nesse emprego". Seu corpo de luz diz "Eu não quero esse emprego". Vocês dois precisam chegar num acordo, de algum jeito. Discuta, conferencie com seu lado humano e faça alguns acertos. Você aponta seu dedo para todos aqueles que brigam com você e o confundem, mas você mesmo se combate e se confunde mais do que qualquer outra pessoa na sua vida. Você é uma contradição em forma de gente.Nós lhe pedimos que continue a experienciar essas freqüências que aparecem. E quando estiver repleto, pedimos-lhe que as libere para o coração da Terra. Ela é sua mãe, sua irmã, sua amiga e sua benfeitora. Sem ela, você não seria nada. Então, doe-lhe amorosamente. Veja seus mares, seus oceanos e seus rios limpos. Eles são as veias dela. Entregue-lhe seu coração e suas preocupações e tristezas, como você faria com a sua mãe. Ela o amparará, confortará e ajudá-lo-á a aprender a amar e liberar seus medos. E estará sempre ao seu alcance. Nós lhe agradecemos. Nós o respeitamos. Você é um dos que nós temos ajudado e continuaremos a ajudar. E todos vocês devem ser elogiados, aplaudidos e amados. Nós somos vocês, assim como vocês são nós e nós somos todos um, não somos? Nós partimos, mas permanecemos na memória das suas células. Gillian MacBeth-Louthan - http://www.thequantumawakening.com/thequantumawakening@hughes.netTradução: Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.brFonte:http://spiritlibrary.com/gillian-macbeth-louthan/earth-the-volunteer-planet

O MODELO DE POLARIDADE


Gostaríamos de começar, contudo, com um assunto específico que, neste momento, achamos que poderia ser importante para vocês, especialmente porque a energia de seu planeta está acelerando à medida que vocês se aproximam do que chamam o novo milênio. Como sabem, muitas pessoas e a própria consciência de massa estão pondo muita energia em formas-pensamento relativas justamente ao caos, entre todos os tipos de situações dramáticas que estão acontecendo. A esta altura, sentimos que seria prudente ajudá-los com diferentes ferramentas para que possam observar o que está acontecendo no mundo sentindo-se mais capacitados em suas vidas do dia-a-dia, bem como espiritualmente, à medida que atravessam este portal chamado novo milênio. Queremos falar nesta noite sobre a idéia de polaridade e paradoxo, pois vocês descobrirão que a perspectiva que vamos lhes proporcionar hoje é uma ferramenta-chave para tudo o que fizerem no resto de suas vidas, se souberem usá-la. Talvez muitas vezes tenhamos de usar analogia para explicar este conceito. Nesta realidade na qual todos habitamos juntos, inclusive nós, o modelo é a polaridade. Pode-se dizer preto/branco, yin/yang, masculino/feminino e assim por diante, mas não importa como a polaridade se manifeste, ela é encontrada por toda parte na realidade. O desafio de todos vocês, em especial quando encarnam numa realidade física, é o desafio de aprender a viver com esta polaridade, não como se fossem vítimas dela, e sim aprendendo a usá-la para elevar-se a um nível superior de consciência. Em seu mundo, há muitas questões com uma grande carga emocional, seja aborto, controle de armas, a pena de morte, seja lá o que for, mas vamos lhes pedir um tema hipotético. Vamos ficar com controle de armas. Em seu mundo, desde quando se entendem por gente, vocês estão inconscientemente (e às vezes talvez mesmo conscientemente) programados para formar opiniões sobre coisas e se aferrar a essas opiniões. Muitas vezes, essas opiniões adquirem vida própria dentro de sua consciência, e quando o fazem, criam ao redor delas um muro, de forma que vocês, a partir da opinião, não conseguem ver o outro lado. As pessoas na outra extremidade também têm suas próprias couraças ao redor de suas opiniões, e quando ao se encontrarem, vocês colidem. Esta tem sido a natureza de sua realidade há eons, como se pode ver por todas as guerras em seu mundo.Então, como podem as pessoas ainda ter opiniões, ainda ter sentimentos intensos e passionais sobre algo como controle de armas, como podem ainda obviamente manifestar o modelo de polaridade, mas ao mesmo tempo, ver os dois lados de forma que, em vez de estar numa extremidade ou outra do espectro, possam passar ao ponto central? O PONTO CENTRAL, O PONTO DE PODERO ponto central é o ponto de poder, pois dali pode-se ver os dois lados. Agora, vocês talvez queiram pender para um lado ou outro — nenhum problema — mas a primeira chave é ser capaz de ver os dois lados e ter compaixão pelas pessoas que vivem nos dois lados. Assim que vocês conseguirem sentir compaixão, estarão no rumo do ponto central, o ponto de equilíbrio. Quanto mais compaixão e amor sentirem pelas pessoas da outra extremidade da polaridade, na verdade mais se aproximarão do centro e do equilíbrio.À medida que caminham rumo a esse ponto central (como modelo estamos usando aqui uma linha tendo em cada extremidade uma das duas polaridades), vocês vão encontrar um desafio que confunde as pessoas desde que elas passaram a ponderar sobre o universo. Esse desafio que vocês encontram no ponto central se chama paradoxo.Todos sabem o que é um paradoxo. A maioria de vocês se deparou com seus próprios paradoxos. Mas gostaríamos de lhes dar uma nova definição da idéia de paradoxo: Um paradoxo acontece quando a pessoa se encontra no ponto central, vendo igualmente ambas as polaridades.Se vocês experimentarem paradoxos em sua vida, encontrarão uma entrada para a grande verdade, pois significa que atingiram aquele ponto central. Sabem o que queremos dizer com isto? As pessoas de seu mundo às voltas com muitas discussões intelectuais com freqüência não entendem o valor do paradoxo, pois quando encontra um paradoxo, a pessoa governada pelo intelecto tentará desafiar o paradoxo intelectualmente, demoli-lo, para alimentar certa polaridade. Então, quando alguém desafia intelectualmente um paradoxo, perde o momento desse ponto de equilíbrio, que é muito centrado no coração e compassivo, voltando para a polaridade.Sua consciência de massa é como aquela bola de neve a rolar colina abaixo agora, ganhando bastante impulso à medida que se aproxima da entrada do novo milênio. Muitos de vocês estão se defrontando com a sensação de que devem formar uma opinião sobre algo, ou então estão vendo as pessoas a seu redor se tornando muito polarizadas e firmes em suas opiniões. Quando vocês virem isso, então talvez sintam uma distância em relação a essas pessoas. Estão experimentando isso?Agora, não significa que elas são menos espirituais que vocês, e não significa que existe alguma coisa errada com vocês porque já não conseguem tolerá-las. Nada mais significa além de que vocês estão se aproximando mais do ponto central de equilíbrio, sendo muito mais capazes de ver a polaridade fora de si mesmos e mais capazes de ver as pessoas ainda empacadas nessas questões diferentes, sejam lá quais forem. Se essas pessoas quiserem, vocês serão, então, muito mais capazes de auxiliá-las. Vocês encontrarão maior paz de espírito se forem capazes de conservar esse ponto central e ver a polaridade a seu redor estando fora dela. Se seus amigos e pessoas queridas tentarem envolvê-los em seu drama ou polaridade, vocês ainda podem ser infinitamente compassivos, sem contudo compartilhar esse drama.No princípio, isto pode parecer algo como equilibrar muitas bolas ou aprender a andar de bicicleta sem saber como, mas logo vocês perceberão que esse estado de afastamento pode ser um sentido profundo de compaixão. À medida que vocês passarem a se familiarizar mais com este estado, serão capazes de manter essa freqüência ou estado de espírito por períodos cada vez mais longos. Isso acabará por se difundir às pessoas a seu redor. Quanto mais pessoas de seu mundo conseguirem manter esse ponto central de compaixão, mais vocês experimentarão uma alteração de paradigma como consciência de massa, como espécie. Vocês então já não permitirão que a polaridade os domine. Em vez disso, poderão usar a polaridade para ajudá-los a experimentar o estado de paradoxo‚ que é um portal para a verdade maior. Isso faz sentido?Por favor, não pensem que vocês precisam permitir que seus amigos e pessoas amadas os envolvam nas diferentes estruturas de polaridade. Se vocês pensarem assim, se sentirem essa pressão de alguém, respirem fundo algumas vezes e entrem naquele centro, aquele espaço sossegado dentro de si, e descubram onde mora a compaixão. Então vejam se conseguem gerar compaixão pela situação da pessoa que quer envolvê-lo. Encontrem amor pela pessoa. Amar essa pessoa não significa se unir a seu drama, e isto é algo com que os seres humanos vêm se confundindo há bastante tempo. Vocês podem amar plenamente sem partilhar o drama.
LYSSA ROYAL

TERRA


...”Todas as pessoas têm a oportunidade de decidir onde repousam seus valores. Infelizmente, muito poucas escolhem honrar a Mãe-Terra. Portanto, seus maiores desafios manifestar-se-ão diante delas. A vocês foi dada a grande dádiva de estar na Terra nesta época - uma dádiva que vocês deram a si mesmos. Confiem em sua própria orientação interior, pois ela os levará pelos vários caminhos que levam ao autoconhecimento, revelando o propósito da vida e o significado básico da existência....Referimo-nos à Terra como um lar, um lugar com o qual precisam assumir um compromisso. Lembrem-se, ela é um lar para muitos seres. Vocês compartilham esta realidade com formas de vida que ainda terão de conhecer. Isso faz parte da revelação da Terra a vocês. Quantas dimensões paralelas existem dentro do mesmo espaço de vocês?Quem são as energias ou entidades que podem se mover através dessas dimensões? Muitos dos mitos e lendas, rejeitados por não poderem ser comprovados, constituem as verdadeiras histórias deste seu lar....Sem a cooperação da Terra, há muitas coisas que vocês não podem ter. Padrões meteorológicos imprevisíveis tornaram-se norma. Inundações e acontecimentos surpreendentes surgem de lugar nenhum. A realidade não pode mais ser considerada confiável e consistente. ...Assumam, com a Terra, o compromisso de abrirem os seus corações e transformarem o seu lar. É crucial mudar sua consciência para o domínio da vida responsável. Vocês correm pela superfície da Terra, esperando aquilo que possuirão em seguida sob a forma de dinheiro, bens e serviços, esquecendo que a cooperação da Terra, como um lugar estável e confiável para se viver, é essencial. O desafio de vocês, dentro do projeto global de intenção, é perceber que a Terra está viva e que vocês precisam cuidar dela e dar-se bem como uma família.Quando vocês se unirem, talvez através de situações difíceis, também compreenderão aqueles que ficaram fora de sua família. As outras formas de vida, que estão esperando para serem integradas, conforme as dimensões se abrem, revelarão a imensa criatividade e variedade da realidade.A Terra é uma jóia sem preço e vocês são considerados por muitos como a chave integral dessa gema. Contudo, no próprio senso de propósito desorientado que têm, vocês procuram exaltar o eu sem honrar o estágio a partir do qual podem explorar a vida. Há conflitos dentro da consciência de massa em relação ao que é prioridade hoje. Muitas pessoas perderão e/ou desistirão de suas casas nos próximos anos, aproximando-se mais umas das outras, de modo a poderem experimentar a humanidade como uma grande família.Imaginem a Terra restituída à sua beleza régia. Árvores majestosas parecendo varrer o céu azul profundo e nuvens elevando-se para formar picos grandiosos. As canções dos pássaros enchendo o ar, criando sinfonia após sinfonia, cada uma orquestrada para o momento....A intenção é o teste através do qual vocês aprendem a confiar, deixar ir, mudar. Quando são muito jovens e suas pernas são pequenas, aprendem a andar de triciclo. Quando conseguem se sentar nele sem ajuda, ficam orgulhosos. E quando conseguem mover as perninhas e fazê-lo andar, e aprendem a ficar firmes nele é uma grande realização para quem tem três, quatro ou cinco anos de idade.Então, há uma iniciação. Suas pernas crescem e vocês não mais se ajustam àquele triciclo. O mundo hoje está cheio de pessoas que ocupam posições de autoridade, mas que ainda andam de triciclo. Elas nunca conseguiram ultrapassar o momento do conhecimento. Elas forçam a realidade e suas longas pernas para se ajustarem apenas àquele momento. A iniciação permite a vocês caminhar para o momento sempre em expansão - pegar uma bicicleta maior e se mover segundo as necessidades de seus corpos em crescimento.Compreendam que seus corpos crescem muito mais do que fisicamente. Eles crescem mental, espiritual e emocionalmente para uma existência multidimensional. A chave é confiar no processo de crescimento e mudar, em todas as dimensões da realidade, com todas as versões de si mesmos. A crise que vocês enfrentam é uma na qual os líderes e autoridades do mundo se encontram sobre triciclos, dando voltas no quarteirão, perdidos num circuito de crenças anacrônicas....Por que a crise? Porque vocês são teimosos. Por que gostam de dizer: “Estou expandido. Estou exaltado. Estou aberto. Abri espaço em meu corpo. Estou pronto para mudar”. E, então, chegam os freios: “Não aqui, espírito. Oh, não. Não aqui, espírito. Não vou mudar. Vou continuar o mesmo”. Vocês não abrem espaço para que a energia passe através de vocês e impedem a investigação de si mesmos. Então há um grande retrocesso....Em vez de passar pela iniciação, vocês permanecem em seus triciclos. Têm medo de subir em bicicletas e cair. Deixem ir. Percebam que há um grande amor por quem vocês são. A realidade é projetada por vocês e vocês podem projetá-la para benefício próprio. A força da existência se move na direção de vocês, quando a chamam. Assim, componham uma grande e bela sinfonia sobre como desejam que o mundo seja. Vocês são ilimitados e é isso que a iniciação ensina.Vocês podem descer dos triciclos, subir em bicicletas maiores, dirigi-las mais rapidamente e ver um outro mundo... Tenham compaixão por aqueles que têm medo de deixar os triciclos da vida. Tenham compaixão, abram os corações e convidem essas pessoas. Mostrem a elas o caminho, aqueles de vocês que têm a coragem de ser embaixadores da luz, pois vocês dirigem veículos invisíveis....Nesta era de informação, vocês são afastados das fontes naturais onde poderiam coletar conhecimento por si próprios. Foi-lhes vendida a idéia de que a televisão é a grande fonte de informação. Este assim chamado instrumento vem sendo apontado como uma das maiores invenções do século XX. Porém, a mídia é possuída e controlada por aqueles que desejam manter vocês entretidos e inconscientes.Eles vendem versões escolhidas da realidade e ignoram completamente as outras. A televisão torna lento o processo evolutivo dos humanos e os limita, especialmente no caso das crianças. Quando vocês são crianças, as primeiras impressões e a imaginação desempenham um papel-chave em como sua vida vai se desenrolar. A televisão os mantém numa faixa muito estreita de expressão emocional - basicamente caos e medo. ...Aprenda a observar como você se sente ao assistir à televisão. Ela é uma forma de controle de freqüência. Esse controle está sendo tremendamente acelerado, enquanto o medo rapidamente se espalha por todo o planeta através da televisão.A grande maioria das pessoas na Terra está sendo hipnotizada pela televisão exatamente neste momento. Nossa campanha os encoraja a experimentar a vida em primeira mão - não apenas através da produção de imagens e das idéias de outros. Vocês prejudicam sua própria consciência e o potencial que ela possui, quando gastam tempo assistindo à TV. Suprimem a imaginação e não utilizam um dos maiores dons que possuem. Vocês estão desperdiçando tempo assistindo a qualquer programa de TV. Ela os mantém longe da vida e age como um substituto da experiência, que, caros amigos, é o caminho básico da aprendizagem. Alguns de vocês podem dizer: “Bem, há alguns bons programas e eu assisto apenas os educativos”. E nós perguntamos: O que está sendo irradiado subliminarmente nos “bons programas”, que vocês, conscientemente não vêem?Se insistem em ter aparelhos de TV em casa, mantenham-nos desligados da tomada. Freqüências de onda são transmitidas através de aparelhos de TV, mesmo quando não estão ligados. Reconsiderem o que têm aprendido sobre a vida e prefiram ouvir as transmissões da natureza - a voz da Terra, conforme ela fala....Não conseguimos enfatizar suficientemente que vocês precisam parar de dar ouvidos à sociedade e às versões oficiais da realidade. Isso significa escolhas e não desrespeito. Isso vai ser a tarefa mais difícil que terão de realizar e a maior ruptura que terão de fazer - cruzar a ponte entre o eu social e o espiritual. Qual deles irá tornar-se sagrado?Qual irá se tornar a fonte de autoridade de cada um de vocês? Quanto mais depressa derem o salto, mais irão se alegrar. Permitam que o eu intuitivo seja o porta-estandarte de sua experiência - uma experiência que ninguém mais irá validar e que brota da indicação de que vocês sabem, e não necessariamente se lembram, de que estão no caminho. BARBARA MARCINIAK