5.12.08

“O INÍCIO DA LIBERDADE"


“O INÍCIO DA LIBERDADE é a percepção de que o leitor não é a entidade que possui – o pensador. Sabê-lo permite-lhe observar a entidade. Na altura em que o leitor começar a observar o pensador, desperta um nível superior de consciência.”* * *"Grande parte da dor do ser humano é desnecessária. É criada pela própria pessoa enquanto a mente inobservada controlar a sua vida. A dor que o leitor gera agora é sempre uma forma de não-aceitação, uma forma de resistência inconsciente ao que é. Ao nível do pensamento, a resistência é um certo tipo de juízo. Ao nível emocional, é um certo tipo de negativismo. A intensidade da dor depende do grau de resistência ao momento presente que, por sua vez, depende da força com que o leitor se identifica com a mente. Esta procura sempre negar e fugir do Agora. Por outras palavras, quanto mais o leitor se identificar com a mente, mais sofre.Pratique primeiro, conforme lhe disse, com as pequenas coisas. O alarme do carro, o ladrar do cão, os gritos das crianças, o engarrafamento. Em lugar de ter uma parede de resistência por dentro, que é atingida constante e dolorosamente por coisas que "não deviam estar a acontecer", deixe que tudo passe através de si. Alguém lhe diz algo rude ou com intenção de o magoar. Em vez de entrar numa reacção inconsciente ou em negativismos, por exemplo com ataques, defesas ou recuos, deixe que passe imediatamente através de si. Não ofereça resistência. É como se não existisse ninguém a quem magoar. Isso é perdão. Deste modo, o leitor torna-se invulnerável.Ao nível do Ser, todo o sofrimento é reconhecido como uma ilusão. O sofrimento deve-se à identificação com a forma. Os milagres de cura acontecem através desta percepção, ao despertarem a consciência do Ser nos outros... se estiverem preparados para isso. A misericórdia é a consciência de um elo profundo entre o leitor e todas as criaturas. Na próxima vez que disser "não tenho nada a ver com esta pessoa", lembre-se de que têm muito em comum: dentro de alguns anos (dois anos ou setenta anos, não faz grande diferença) tornar-se-ão os dois cadáveres em decomposição, depois pó e a seguir nada de nada".* * *Nada seria sem espaço e, no entanto, o espaço nada é. Antes do universo ter entrado em existência, antes do "big-bang" se preferires, não havia um vasto espaço vazio à espera de ser preenchido. Havia apenas o Não-Manifesto - o Um. Quando o Um se tornou nas "dez mil coisas", foi como se de repente o espaço estivesse ali e permitisse que a multiplicidade fosse. De onde veio o espaço? Terá sido criado por Deus para acomodar o Universo? É claro que não. O espaço é coisa nenhuma, portanto, nunca foi criado.Sai para a rua numa noite límpida e olha para o céu. Os milhares de estrelas que podes enxergar a olho nu não passam de uma simples fracção centesimal do que existe nele. Mil milhões de galáxias já podem ser detectadas por meio dos mais poderosos telescópios, cada galáxia é um "universo ilha" contendo milhares de milhões de estrelas. E, no entanto, o que é ainda mais assombroso é a infinidade do próprio espaço, a profundidade e a quietude que permite que toda essa magnificência seja. Nada é mais assombroso e majestoso do que a vastidão e a quietude inconcebível do espaço e, no entanto, o que é ele? Vacuidade, vasta vacuidade.O que nos aparece como espaço no nosso Universo percebido através da mente e dos sentidos é o próprio Não-Manifesto exteriorizado. É o "corpo" de Deus. E o maior milagre é este: essa quietude e vastidão que permite ao Universo ser não está apenas lá fora no espaço - está também dentro de ti.* * *Eckhart Tolle

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